Esta semana foi assassinado na porta da escola o nosso colega de trabalho o Prof. Guilherme. Uma pessoa super humana, que deixou em pranto os alunos e amigos porque era um ser humano carinhoso. Tenho um parente que trabalha na escola que ele lecionava que me disse que os alunos especiais, principalmente, se DESESPERARAM quando souberam da triste notícia de sua morte. Essa parte boa não vira notícia bombástica na mídia. Mas quando é para falar mal aí sim!!! É engraçado como toda culpa cai nos professores, tudo de ruim que acontece na educação é culpa dos professores, isso já virou paradigma dizer que o professor é um vilão pra sociedade.
Já presenciei mamães
com olhos injetados de profunda revolta, colocando o profissional da educação
na cruz, bem pregadinho, atribuindo-lhe toda a responsabilidade pelo fracasso
ora instaurado. Apega-se a isso, inclusive, para livrar a cara da culpa de não
ter educado a prole para o convívio em sala de aula ou numa sociedade
civilizada. Finge desconhecer seu papel de fiscalizar a atuação do filho no
santuário, a princípio erigido em prol do saber, e acredita piamente nas
declarações do pimpolho. (Semana passada uma pedagoga apanhou de um
"aluno" por exigir a presença dos pais dele). Não tenho, graças a
Deus, problemas com alunos, mas temo se um dia for necessário eu tomar uma
decisão firme. Como será?
O professor tem formação em licenciatura, coitado, e a grande falha das
universidades, nesses cursos, é justamente não ensinar a ele, enquanto aluno,
uma fórmula, que deve existir na matemática, talvez na física ou no reino da
fantasia, que possibilite levar conhecimento ao indivíduo, estudante em
potencial que, a despeito de ocupar uma carteira na escola, recusa-se
terminantemente a recebê-lo. Isso, a disciplina chamada "Prática de Ensino",
comum nessas faculdades, não explica. O assunto diz respeito a meninos e
meninas com mais de dez anos de idade, originários do século XXI, portanto,
desde tenra idade, dono de seus narizinhos faceiros. Ora, se os pais não têm o
domínio sobre esses jovens narizes e, ainda caem convenientemente em suas
mentiras quando se dizem estudantes, o que exatamente esperam que o professor
faça para puxar a rédea? Expressão essa de mamãe histérica que encosta o
operário da educação na parede e exige dele postura militar, justamente porque
deseja ver o seu rebento aprender que é preciso ler neste mundo de meu Deus
sem, no entanto, cobrar dele atitude condizente com o ambiente escolar. Mas se
esse aluno insiste em repudiar qualquer atividade que leve à expansão da
inteligência, exatamente QUE TIPO DE MÁGICA TODOS DESEJAM QUE O PROFESSOR FAÇA
PARA CONVENCÊ-LO DO CONTRÁRIO E LIVRÁ-LO DA SARJETA DA INTELECTUALIDADE? Ainda
dizem por aí que é preciso estimular o assíduo frequentador dos bancos
escolares. Sim, eu concordo que aplicar uma aula diferenciada vale a pena. Mas
isso não é tudo. À s vezes o professor perde noite de sono preparando aula
quando no dia seguinte, todo empolgado, se depara com um EXÉRCITO SEM FOME! Sem
fome de saber, de conhecer, de progredir! Já ouvi dizer por aí que: "A
escola têm a cara dos professores", porém eu penso o contrário: "A
ESCOLA TÊM A CARA DOS PAIS DOS ALUNOS". Inclusive este foi o debate ontem
dia 09/05/13 na sala de aula, onde os alunos concordaram comigo plenamente.
Educação se trás de casa! Tenho alunos maravilhosos! e não quero generalizar...
Texto adaptado por Rose Sousa.
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